terça-feira, 3 de abril de 2012

Rosticidade

Nosso trabalho intenciona reconstruir as imagens da cidade a partir do que escapou ou estrategicamente não apareceu, ou do que foi visto apenas em parte. Encontrar outras cidades pela atividade fotográfica dinamizada por uma interpretação antropológica e literária

Nas imagens estão impregnadas as tensões, tradições e interesses que dinamizam a construção de um rosto, sua feição, seu sentido, sua rosticidade que é desenhada nesse movimento. Sendo assim, a ideia de desver a cidade pode operar um recuo fotográfico e beirar a cidade pelo fundo, pelas brechas, mostrar outras experiências

Desver o urbano significa, portanto, refazer outro percurso do olhar e desvendar espaços insuspeitados, olhar para tudo que fuja da lógica capitalística dominante, todas as possibilidades, linhas de fuga, os pequenos inventos criativos de todos os dias, as sutilezas da vida cotidiana

O mundo diário – mundo de profusão de gentes, falas, gestos, movimentos, coisas – abriga táticas do fazer, invenções anônimas, desvios da norma, do instituído, embora sem confronto, mas não menos dignos. A minúscula invenção cotidiana abriga possibilidades e fundamentos de uma leitura do cotidiano. É com essa leitura que nos ocuparemos a seguir.

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